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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Vida Digital Saudável

Há 50 anos, não havia computadores.
Há 30 anos, havia a configuração social da época com relação aos computadores.
Muita gente dizia que programador era gênio.
Algumas pessoas diziam que computador adivinhava pensamento.
A impressora e o email estavam na moda.
O scanner era um sonho de consumo.
O backup era uma obrigação, mas poucos faziam, porque tinham tudo em papel.
Ainda não havia câmeras digitais. Eram aquelas coisas de 16 fotos.

Em 2018, temos a configuração social da nossa época.
Imprimir está virando coisa de velho.
O email está morrendo.
O backup se tornou automático, invisível e sem nossa interferência "posterior", mas a gente tem que configurar antes. Pode cair um raio alienígena do além e destruir tudo que a gente tem, que a gente não vai perder nada.
No lugar de meras 16 fotos, temos condições de tirar milhares de fotos e aproveitamos essa oportunidade até a exaustão nossa e das baterias das câmeras.
Televisão virou eletrodoméstico.
Computador virou eletrodoméstico.
Celular virou eletrodoméstico.
E estamos indo na direção do celular incorporar tudo (computador, televisão e o resto). O celular está se tornando nosso segundo cérebro, só que mais eficiente. 😊😉

Antigamente, gastar 4 horas por dia em casa estudando, durante 1 ou 2 anos, era considerado coisa de gente maluca. Sofria-se bulling só por ser "estudioso". Hoje, pode ser considerado obrigação para a grande maioria das pessoas.

Antigamente, a gente adicionava só parente, vizinho e amigo nas redes sociais, porque estranhos poderiam ser criminosos. Atualmente, já tem gente que só adiciona estranho, porque não quer dor de cabeça com parente, vizinho e amigo. A probabilidade de encontrar um bom amigo ou até melhor amigo entre milhares de estranhos virtuais é imensamente maior do que de encontrar entre algumas dezenas de conhecidos.

Isso tudo serve para nos alertar de que o que era considerado errado ou doença há 30 anos não pode ser considerado hoje, porque vivemos em outras condições, temos mais experiência com as virtualidades da vida, aprendemos essas coisas na adolescência e alguns na infância.

Pessoas importantes e muito ocupadas costumam usar a virtualidade de forma muito abrangente, profunda e constante. Dizer "essa gente não tem o que fazer" está começando discretamente a se tornar sintoma de mediocridade. O virtual é o auxiliar perfeito da vida cotidiana. Mandar guardar o celular pra poder conversar ficou lá no ano 2000 e virou coisa de velho reclamão.

Uma pessoa com uma VIDA DIGITAL SAUDÁVEL tira selfies sozinha e em grupo, tira fotos de comida, baixa livros que nunca vai ler e filmes que nunca vai assistir, instala aplicativos que nunca vai usar, adiciona estranhos nas redes sociais, adiciona pessoas com quem nunca irá falar, fica chateada e conformada quando perde 90 fotos, sabe o que é spam, e odeia e usa o celular enquanto falam com ela.

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